quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Diversidade das Cores

Nossa vida é como uma paleta de cores. Algumas vezes escolhemos as cores que serão usadas, outras vezes as cores se definem sem que possamos interferir.
Mas o que importa? As cores escolhidas ou nossa disposição de vivermos cada uma delas?
Cada dia é marcado por decisões e cada reação diante das dificuldades define quem somos. Nunca haverá momentos em que tudo serão flores, pois as dificuldades são reais e elas tratam o nosso caráter para nos transformar em alguém melhor. As reações falam muito mais do que as ações, já que são automáticas.
A maior descoberta de uma vida é ter um coração que percebe que viver apenas pra saciar um ego é ter uma vida miserável. O segredo é amar as pessoas e investir em relacionamentos. Mas o amor precisa ser sem interesses, sem egoísmo, sem buscar retorno, sem cobranças. Um amor que não superestima os defeitos, mas valoriza as qualidades de seres humanos valiosos.
Quando alguém descobre este tesouro, percebe que viveu aquém do que se tem para viver. Porque a nossa disposição em amar, traz a realidade de quem somos profundamente e de quem podemos ser.

Nunca é tarde para viver uma vida plena e nunca para começar do jeito certo. Focando os olhos naquilo que não pode ser comprado e que tem um valor inestimável.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Ninguém sabia, mas quando tudo começou, os dias foram difíceis. Para Pedro, tudo pareceu mais difícil. Talvez pelo histórico de vida que ele carregava, ou mesmo pelas dificuldades enfrentadas.
O dia começou aparentemente comum. Um dia como qualquer outro. Ele acordou cedo naquela manhã fria pra que seu dia rendesse. Espreguiçou, ansiou por um café e sentou-se para ler as notícias e atualizar seu conhecimento.  Com tantas notícias ruins, decidiu ler e meditar em um capítulo daquele livro que o acompanhava diariamente, algo como um manual de vida.
Ele encontrava razão para permanecer e continuar cada vez que lia palavras de esperança ou encontrava pessoas a quem pudesse amar. Aquele amor altruísta que poucos conhecem. Aquela compaixão que não espera nada em troca. Era isso que Pedro desejava oferecer.
Mas em meio aos seus pensamentos, o telefone toca com notícias não muito agradáveis. A tristeza bateu a porta, mas ele não desejou recebe-la. Ao contrário do óbvio, ele decidiu enfrentar essa corrida chamada vida e distribuir esperança.

Porque apesar de seus difíceis, sempre há razão para continuar e se preciso recomeçar. Como alguém que não olha com olhos naturais, mas tem um coração sonhador e uma esperança que nenhum céu nublado pode apagar. Ele fez de seus dias difíceis, uma esperança para continuar.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Confiar.

Quando disseram que era o fim, ela decidiu recomeçar. Quando disseram que não, ela escolheu escrever diversos sins. E quando disseram: corra! Ela preferiu aproveitar cada passo e devagar, alcançar os objetivos traçados.
Não importa o que ouvisse, ninguém podia fazê-la acreditar que não era possível. Porque seu teimoso coração afirmava que tudo é possível quando a fé é uma companheira constante. Pois, não importa para onde a vida te leve, o importante é que o coração permaneça vivo.
Então, ela continuava. Lembrava-se de cada pérola que recebeu de seus pais, cada diamante que conquistou ao longo do caminho e cada presente que recebeu dos seus queridos. Mesmo quando a vida quis ensinar algo de uma forma tão bruta, ela peneirou suas lições e as transformou em pedras preciosas.


Agora se encantava com a beleza da vida que construiu, mesmo quando as pedras eram tão pequenas, ela podia ver um progresso para que o fim fosse surreal. Então confiou, confiou em si mesma, confiou nas pessoas! Confiou...

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Aquele moço do terceiro andar. Era assim que todos o conheciam e por um bom tempo isso bastava. Mas aquela manhã o fez pensar e percebeu que se as pessoas se lembravam dele apenas por isso, então sua presença não estava marcando vidas.
Questionou consigo mesmo, um monólogo que mais parecia diálogo. Queria entender toda aquela confusão, era como se dois lados habitassem em um mesmo ser. Mais do que isso, não podia se contentar, precisava ser mais que apenas o moço do terceiro andar.
Ele poderia marcar vidas. Ele poderia ter mais amigos, menos conhecidos. Ele desejava alcançar corações e conhecer sentimentos, ainda que estivesse assustado com os próprios sentimentos. Aquele moço queria mais.
Encontrou fotos antigas, resgatou lembranças e decidiu encarar. Enfrentar medos, dificuldades e traumas. Alcançar sonhos e trazê-los a realidade.

Sem medo de viver e um anseio de voar. Encontrar asas que lhe foram dadas desde a infância. Não queria mais abandonar desejos, mas transformá-los em algo pelo qual vale a pena lutar!

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Só por hoje!

Havia grandes dúvidas na mente daquela moça de tão pouca idade. Sentia-se tão ingênua, inocente perante a vida, não conseguia enxergar seu potencial. Foi assim que iniciou aquele dia, após uma noite turbulenta com um sono leve e repleta de pequenos sustos diante de sonhos que se misturavam com a realidade.
Desde a primeira hora do dia, seu desejo era fugir, adentrar o mundo dos sonhos e esquecer, viver outra realidade. Mas seu inconsciente tão ativo bagunçava suas ideias e não a deixava fugir para a tranquilidade e a paz necessárias.
Parou ante ao espelho, fitou seus próprios olhos e tentou lembrar de sua identidade. Tudo que conseguiu foi notar seus olhos cheios d’agua ao contemplar seus sentimentos mais profundos. Seus olhos revelavam tudo, era como se seu coração a entregasse, não deixava esconder.
Mas só por hoje, ela desejava não precisar encarar seus monstros. E então decidiu adormecê-los. Só por hoje...

Só por hoje!

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Letras, histórias, vida...

Eu não quero mais essa vida! – dizia o homem do 4º andar de um prédio daquela rua movimentada. Seu anseio mais profundo e real era por transformações, não aguentava mais a monotonia de seus dias que se arrastavam do início ao fim.
Ele queria mais. E apesar de saber que toda mudança esperava por uma atitude, não queria se responsabilizar por quaisquer consequências trazidas por suas escolhas. Sempre preferiu postergar, já que isso servia como desculpa quando lhe perguntassem o que havia de errado com ele.

Mesmo com todo este turbilhão, mais uma vez ele parou. Olhou em sua volta, buscou respostas, não as encontrou.  Poderia ter continuado, poderia ter mantido foco, mas se jogou no mar de dúvidas, questões e compromissos. E se deixou levar...

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Todas as lágrimas derramadas até aquele momento o fizeram pensar, talvez tivessem regado cada semente plantada ao longo do caminho sem perceber.

As pessoas sempre disseram que ele deveria ser forte, mas toda sua “fortaleza” se perdia em meio ao travesseiro que o acolhia todas as noites. As fortes armaduras que ele carregava em seu exterior não podiam proteger cada cômodo do seu coração, as emoções estavam lá desesperadas para aflorar.
Um dia ele parou, sentou em sua cama, fitou o olhar ao longe e quis conversar consigo mesmo. Percebeu o quanto se dispusera a entender as pessoas, mas nunca havia parado para dizer a si mesmo quem ele era. Mas agora ele podia enxergar como que em um espelho, tudo que havia no coração, no olhar, na mente e nos cantos mais escuros de seu interior.
Ninguém o enxergava assim, talvez fosse pela disposição de se mostrar forte, não importa o que acontecesse. Ou a indisposição de reconhecer que precisava desesperadamente de ajuda. Ele se sentia como uma semente que não germinou, uma árvore que não deu frutos, um fruto que não vingou. Ele se perguntava quem enxergaria além de todas aquelas máscaras que ele criou, quem desejaria ir mais fundo.

Não encontrou respostas pra maioria de suas perguntas, mas encontrou pérolas escondidas em lugares que nunca mostrou. Encontrou o seu maior valor na beleza de seu interior. Desejou mostrar, desejou mudar, mas entendeu que toda mudança é um processo e hoje ele apenas deseja viver a maravilha dos passos desse caminho.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Um futuro desconhecido

Quem dera ao menos saber decifrar os mistérios de uma existência cheia de percalços. Uma vida marcada por caminhos desenhados, mas cheio de cacos. Quem dera não haver preocupação, quem dera não existir infinitas etapas. Quem dera...
Os mistérios existentes transformam a simples dádiva de viver, no mais lindo presente entregue em nossas mãos. Os cacos encontrados na estrada que trilhamos nos lembram de coisas que precisamos deixar irem embora para que pudéssemos crescer. Preocupações, ansiedades e medos se diluem diante da confiança de alguém bem maior que cuida da gente.

Afinal, a vida é esse quebra-cabeça que precisa ser montado ao longo do caminho. Cada passo que damos nos revela uma nova peça que completará as belas imagens de nossas lembranças. Não podemos desistir ou nos contentarmos com peças faltantes, mas sim almejar a plenitude de uma vida próspera e completa. 

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Posso Continuar!

Com a insistência de um motorista apressado, ela vivia uma saga: dar partida, acelerar, insistir, permanecer e se frustrar.
Ela decidiu. Não muito certa, mas não podia postergar. Acionou aquela bússola presente apenas em momentos como esse, já que o coração não mais sabia as direções corretas. Todos os caminhos continham uma história, mas após sua análise racional, decidiu trilhar o desconhecido, sem coordenadas específicas, sem um rumo detalhado e... Sem mais!
Passo a passo ia construindo uma estrada que jamais poderia ser apagada. Pois, ainda que ninguém a enxergasse, cada detalhe estaria vivo em suas memórias. E se foi, conduzindo cada acorde da canção que narrava sua vida como se uma orquestra aguardasse o término para estrear e se tudo fosse apenas uma sinfonia, seria construída com harmonias únicas de algo que não pode se repetir.
Em meio a uma jornada intensa, ela descobriu que jamais poderia parar. Não seria um adeus ou a falta dele, não seriam as palavras duras ou a falta delas, não seria o momento final ou o que sobrou dele que a faria encarar o fim de sua vida. Ela descobriu que tudo aquilo era apenas o início, desde que ela decidisse enxergar assim.


Descobrindo novas paixões, decidiu entregar-se mais uma vez. E ainda que não dê certo, ela se permitirá uma vez mais. Pois, que é a vida, senão um recomeço?

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Reflexos Reais

“A vida é como um eco”. Diziam alguns. O que não sabemos é se os reflexos são justos quanto ao que trazem de volta.
Se vivemos diante de espelhos que nos mostram a realidade mais pura de quem somos, o que dizer de atitudes que nos fazem desconhecer nosso próprio eu? Tal linha de pensamento nos levaria a questionar se realmente conseguimos enxergar os reflexos realísticos daqueles que nos cercam. Se eu posso me surpreender com o que vejo de mim mesma, qual não será a surpresa que me aguarda ao descobrir a complexidade da convivência com seres tão imperfeitos como eu.
Talvez o segredo seja que de alguma forma todos esperem de nós a perfeição, ainda que sutilmente. Essa esperança gera em nós expectativas que só poderão ser frustradas, pois o nível mais alto que poderemos atingir será a melhora constante.

É preciso descobrir por onde vale a pena seguir, se é válido alcançar novos voos ou permanecer em um caminho de passos curtos. E ainda que a vontade de parar seja maior que o anseio de continuar, não podemos frear uma montanha russa que não é controlada por nós. E maior do que o medo dos altos e baixos será o risco de saltar sem saber o que nos espera lá embaixo, pois a queda é inevitável.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Depois do adeus...

Dias após os momentos mais difíceis de uma vida marcada por tantas voltas, ainda restava um caminho a ser trilhado. Ela jamais poderia parar, desistir ou retornar porque essas três possibilidades a levariam para caminhos sem volta.
Então, ela decidiu fazer uma pausa, como o intervalo de um jogo, como um tempo para o café, como um sono de descanso, como o renovo para a corrida, pois a vida é exatamente essa maratona insubstituível. O que precisava descobrir era se devia correr ou apenas caminhar.
De volta aos trilhos, ela percorria o caminho ainda precisando parar nas estações das lembranças. Algumas delas tinham nomes, outras tinham datas e outras apenas lances na memória de um passado bom. Talvez ela pudesse saltar cada estação, mas a liberdade estava em justamente enfrentar os sentimentos um dia vividos e não mais evitar.
Como a saga de um filme, ela precisava encarar, pois cada instante desenhava os alicerces de um futuro ansioso por chegar. Colunas proporcionando equilíbrio, marcos de cada construção, para que o resultado final não seja menos do que o sonhado.

Enquanto isso, a pressa perdeu seu lugar. Em passos curtos ela caminha por este espaço largo vivendo as aventuras que só a constância proporcionará.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

O Brilho de Um Momento: Escolha

O Brilho de Um Momento: Escolha: E se todas as coisas fossem possíveis? E se não houvesse com o que se preocupar? Chega um momento em que a estrada acaba e tudo q...

sexta-feira, 30 de maio de 2014

"Adeus"

Ele disse: “Adeus”. Com uma frieza inexplicável de alguém que não deseja mais nada. Ela queria acreditar que aquilo fosse invenção e que ele mentia para si mesmo.
Mas ele não ousou desmentir. Com olhos secos e focados, permaneceu em sua decisão, andou em direção à saída e se foi sem olhar pra trás.
Por um tempo que pareciam longas horas ela permaneceu ali, parada, intacta, sem poder acreditar. Como viveria sem por alguns momentos voltar até aquelas lembranças? Ela sabia que precisava seguir, mas algo lhe prendia, talvez fosse o fato de nunca ter respondido aquele adeus.
Sentia-se tola, culpada, tensa e até estranha. Ela jamais saberia o que dizer e a confusão de sentimentos a deixava atônita. Como se alguém a tivesse pausado com um controle remoto que ela não podia alcançar.
A verdade é que ela não queria remoer mais aquelas lembranças, ela não desejava permanecer ali, mas cada caminho que trilhava tornava aquele tempo mais vivo. E então ela se conformou, não havia nada que pudesse ser feito, precisava aceitar a realidade.


E aquele dia sem cor marcou a dor de um coração que sentiu a perda pela primeira vez. Um coração paralisado que bateria apenas o compasso natural de alguém que nunca desejou amar. 

domingo, 25 de maio de 2014


Eu sempre achei que o cansaço fosse o resultado de atividades constantes, sempre achei que ele chegava após um longo tempo como que um alerta, sempre achei que ele indicava o fim, o fim das forças, o fim da vontade, das expectativas e talvez da disposição.
Mas um dia eu o encontrei, o vi cara a cara. Ele tinha características únicas, uma face surrada e um corpo cheio de hematomas. Havia nele uma grande bagagem, como se com meus próprios olhos, eu pudesse ver os escritos de toda sua história. Como se cada parte de sua pele trouxesse palavras que marcaram sua trajetória.
Meus olhos se turvaram diante daquela visão, eram muitas informações, eu não podia digeri-las. Sentei ao seu lado, atônita, fitei meus olhos em um ponto pra me sentir segura. Ele me olhou com ternura e quis me contar algo, abriu a boca, mas nenhum som apareceu. Eu só podia ver a luta interna que estava presente naquele momento único.
Após um longo tempo de silêncio, eu procurava o que se pode chamar de abrigo. Eu não queria me perder, mas não podia perder aquele instante. Ele me deu a mão e me levou a conhecer as minúcias de sua história, me mostrou a riqueza de sua caminhada e a beleza dos afetos que conheceu.
Então, eu entendi. Pude compreender que as pessoas não chegavam até ele por excesso de atividades. Muitos não sabiam o motivo de estarem ali, mas estavam. Outros apenas queriam fugir. Mas o que ele realmente quis me fazer entender era que a maioria se achegava a ele por inércia.
Saturados de uma vida sem emoções, cheios de dias nublados, exaustos de uma dura rotina.
E ele os recebia com um abraço, deixava que pousassem por um tempo e então caminhava junto até mostrar um novo caminho a seguir. Com um impulso os lançava, expulsava o sedentarismo e lhes dava asas.

E mesmo após tudo isso, ele só podia ser um belo amigo.

sábado, 24 de maio de 2014

A Arte de Esperar

O que esperar quando você está esperando? O som dessas palavras ecoava em sua mente como um sino que sabe a hora exata de tocar.

Piscava os olhos no que mais parecia uma eternidade de segundos e descobria que em todos esses 20 e tantos anos, viveu como se algo fosse chegar. Vivia esperando que alguma coisa acontecesse, mas percebeu que não sabia o que esperar. Era como se todo aquele tempo servisse de preparação para algo futuro, como se tudo que houvesse fosse a fé de um coração que espera, apenas espera.
Aquela tarde desejou revelar tudo que tal coração não desejava acreditar. O final de toda aquela espera não tinha nome, não se sabia em que acreditar ou se havia algo pelo qual esperar. E se tudo que aconteceu até hoje fosse o máximo de sua vida, mas tivesse se perdido em meio às expectativas vagas de algo que nunca fosse chegar. E se tudo fosse apenas “isso”?
Sentia-se enclausurado pelas dúvidas e questionado pelo próprio coração que desejava viver novidades. Não havia nada novo pra contar, levaram embora a disposição para buscar, esconderam os desejos mais sinceros de lutar. Sobrou apenas uma pitada de esperança onde ninguém podia encontrar.
Há um toque mágico em momentos como esse: o impulso. Como uma alavanca que se pode acionar ou trampolim que pode nos jogar. Mas sempre há a decisão de permanecer com um sentimento de quem ainda deseja conquistar. O segredo é descobrir a arte de esperar e encontrar aquilo pelo qual vale a pena lutar.

E então, com um belo sorriso, no final de tudo terá sido válido viver o melhor e ainda assim acreditar que o melhor nos surpreenderá. 

quarta-feira, 12 de março de 2014

Escolha



E se todas as coisas fossem possíveis? E se não houvesse com o que se preocupar?

Chega um momento em que a estrada acaba e tudo que resta são direções opostas que 
aguardam nossa escolha. As bifurcações de um caminho que não revela o destino, mas que nos incita a escolher. Como propostas recebidas ao longo da vida, eles se apresentam cheio de novidades e de benefícios a oferecer.
O maior ponto de interrogação talvez não seja por onde começar, mas como terminará. O fato é que a escolha marca o início e também pode determinar o final, contudo, viver alheio tentando fugir da responsabilidade proporcionará não mais do que histórias mal acabadas e sonhos frustrados.
Quando chegar o ponto em que a escolha seja inevitável, utilizar o coração como juiz pode ser perigoso. Na audiência das escolhas, as emoções, sentimentos e sensações podem julgar as pequenas coisas e desconsiderarem os preciosos detalhes. Mas o paradoxo está em que apoiar apenas a razão, poderá transformar um lindo caminho deixando-o apático.
Antes de bater o martelo, ouvir os jurados, testemunhas ou ouvintes é preciso encontrar o ponto exato em que transformar o comum em extraordinário torna-se possível e mantê-lo será apenas questão de posicionamento. Este ponto em que todas as contradições perdem a força chama-se equilíbrio. E o restante, cada passo proporcionará.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Um dia cinza.



Era 13 de abril de 1979. Seria um dia comum, não fosse o turbilhão de emoções trazidos da noite anterior. O dia ensolarado e cheio de brilhos não poderia ser mais impróprio. No meio de tanta claridade, havia corações frios imersos em uma imensa escuridão.
O dia anterior iniciou como qualquer outro e apresentou mais uma oportunidade, cada um deles decidiu aproveitar, como se fosse o último. Mas, o que eles não sabiam é que pra muitos talvez seria. Saíram após o café da manhã animado para cumprir suas tarefas diárias esperando o reencontro da noite e as conversas ao redor da mesa. Mas o dia terminou antes mesmo que o relógio marcasse o final dele.
Foi tudo tão rápido. Ela saiu com o carro na velocidade de sempre, atravessou os típicos faróis, ultrapassou outros carros e foi em direção ao cruzamento de sempre. Em poucos segundos, sirenes ligadas, telefones disparados e uma notícia que ouvido nenhum deseja ouvir.
A correria em direção ao hospital tentava enganar o desespero, trazendo sentimentos de surpresa e não os deixava acreditar. Mas era verdade e não tinha mais jeito.
Eles gostariam de ter explicado o que sentiram naqueles curtos momentos. Eles poderiam dizer tudo que lhes passou pela cabeça, eles pediriam para não viver mais estes momentos, mas tudo que lhes sobrou foi um terrível anseio por reviver este dia e transformá-lo.
Não havia nada que pudessem fazer, ninguém podia mudar. Mais um dia terminou em meio a uma semana cheia de momentos escuros.
E ao final, a única conclusão possível só poderia ser: Enfrente, se for preciso.. mas, acima de tudo siga em frente e não se prenda a corda que deseja levá-los de volta. Lute, insista, avance, mas nunca negocie quem você é, nem por dor, nem por amor. Pois, os seus valores nada pode roubar.


quarta-feira, 5 de março de 2014

Obrigada!



Ele acordou em uma manhã fria, olhou pela janela e suspirou como se só houvesse esse único momento. Um suspiro que expressava a ânsia de dizer: “Obrigada!”.

Gratidão por desfrutar cada segundo de uma vida incrível e ainda ter a certeza de que cada atitude pode transformar dias simples em momentos incríveis, pois a beleza do impossível é o coração que permanece acreditando.

O longo suspiro o trouxe de volta para a sua realidade, um belo café da manhã com seus mais simples elementos, sua casa como sonhou em uma infância distante e uma vida de grandes conquistas que só dependia dele.

O que o esperava lá fora podia ou não ser agradável, mas o que define a história dos seus dias é o posicionamento do seu coração. E hoje, ele decidiu deixar tudo mais belo. Mandar embora a tristeza com um singelo sorriso, excluir o mau humor com novas descobertas e desfrutar de um plano maior que não pode ser escrito com uma simples caneta.

Há um futuro o esperando, mas hoje e só por hoje, ele decidiu viver cada momento. Aproveitar os segundos únicos de um dia precioso e nunca mais se deixar levar por um passado que não pode fazer parte de um futuro.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O Brilho de Um Momento:

E a lua nos aparece com qual propósito? – ela perguntou com toda inocência que só uma criança parece carregar. Com os olhos cheios de lágrimas e lembranças que tempo nenhum poderia apagar.
A pergunta ecoou como um gigante e quase foi levada ao vento não fossem os olhos brilhantes daquela garota que aguardava ansiosamente uma resposta. Respostas para vida, linhas de um destino, crenças de um caminho que ela desejava trilhar.
Minutos que mais pareciam horas continuavam correndo enquanto seu pai permanecia com os olhos em um ponto fixo. Nenhum sinal de resposta, nenhuma pista de onde procurar e muito menos um esclarecimento básico.
Com olhos mais ternos que ela já viu em todos os seus poucos anos, seu pai a olhou. Com um sorriso de canto e segurando sua mão com firmeza, respondeu: “Ela aparece diariamente por diversos motivos e hoje ela está aqui pra nos mostrar uma coisa: a conquista muitas vezes parece extremamente distante, até coberta pelas nuvens que turvam nossa visão, mas não importa quantos caminhos vamos trilhar, quantas pessoas vão se perder de nós, quantos recomeços serão necessários. Ela sempre estará lá no dia seguinte pra nos mostrar que sonhos são reais”!
Com todas essas sinceras, ela recostou no colo de seu pai e desejou por um minuto permanecer ali por toda uma eternidade.