Havia grandes dúvidas na mente daquela moça de tão pouca
idade. Sentia-se tão ingênua, inocente perante a vida, não conseguia enxergar
seu potencial. Foi assim que iniciou aquele dia, após uma noite turbulenta com
um sono leve e repleta de pequenos sustos diante de sonhos que se misturavam
com a realidade.
Desde a primeira hora do dia, seu desejo era fugir, adentrar o mundo dos sonhos e esquecer, viver outra realidade. Mas seu inconsciente tão
ativo bagunçava suas ideias e não a deixava fugir para a tranquilidade e a paz
necessárias.
Parou ante ao espelho, fitou seus próprios olhos e tentou
lembrar de sua identidade. Tudo que conseguiu foi notar seus olhos cheios d’agua
ao contemplar seus sentimentos mais profundos. Seus olhos revelavam tudo, era
como se seu coração a entregasse, não deixava esconder.
Mas só por hoje, ela desejava não precisar encarar seus
monstros. E então decidiu adormecê-los. Só por hoje...
Só por hoje!
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