Aquele moço do terceiro andar. Era assim que todos o
conheciam e por um bom tempo isso bastava. Mas aquela manhã o fez pensar e
percebeu que se as pessoas se lembravam dele apenas por isso, então sua
presença não estava marcando vidas.
Questionou consigo mesmo, um monólogo que mais parecia
diálogo. Queria entender toda aquela confusão, era como se dois lados
habitassem em um mesmo ser. Mais do que isso, não podia se contentar, precisava
ser mais que apenas o moço do terceiro andar.
Ele poderia marcar vidas. Ele poderia ter mais amigos, menos
conhecidos. Ele desejava alcançar corações e conhecer sentimentos, ainda que
estivesse assustado com os próprios sentimentos. Aquele moço queria mais.
Encontrou fotos antigas, resgatou lembranças e decidiu
encarar. Enfrentar medos, dificuldades e traumas. Alcançar sonhos e trazê-los a
realidade.
Sem medo de viver e um anseio de voar. Encontrar asas que
lhe foram dadas desde a infância. Não queria mais abandonar desejos, mas
transformá-los em algo pelo qual vale a pena lutar!
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