quinta-feira, 6 de março de 2014

Um dia cinza.



Era 13 de abril de 1979. Seria um dia comum, não fosse o turbilhão de emoções trazidos da noite anterior. O dia ensolarado e cheio de brilhos não poderia ser mais impróprio. No meio de tanta claridade, havia corações frios imersos em uma imensa escuridão.
O dia anterior iniciou como qualquer outro e apresentou mais uma oportunidade, cada um deles decidiu aproveitar, como se fosse o último. Mas, o que eles não sabiam é que pra muitos talvez seria. Saíram após o café da manhã animado para cumprir suas tarefas diárias esperando o reencontro da noite e as conversas ao redor da mesa. Mas o dia terminou antes mesmo que o relógio marcasse o final dele.
Foi tudo tão rápido. Ela saiu com o carro na velocidade de sempre, atravessou os típicos faróis, ultrapassou outros carros e foi em direção ao cruzamento de sempre. Em poucos segundos, sirenes ligadas, telefones disparados e uma notícia que ouvido nenhum deseja ouvir.
A correria em direção ao hospital tentava enganar o desespero, trazendo sentimentos de surpresa e não os deixava acreditar. Mas era verdade e não tinha mais jeito.
Eles gostariam de ter explicado o que sentiram naqueles curtos momentos. Eles poderiam dizer tudo que lhes passou pela cabeça, eles pediriam para não viver mais estes momentos, mas tudo que lhes sobrou foi um terrível anseio por reviver este dia e transformá-lo.
Não havia nada que pudessem fazer, ninguém podia mudar. Mais um dia terminou em meio a uma semana cheia de momentos escuros.
E ao final, a única conclusão possível só poderia ser: Enfrente, se for preciso.. mas, acima de tudo siga em frente e não se prenda a corda que deseja levá-los de volta. Lute, insista, avance, mas nunca negocie quem você é, nem por dor, nem por amor. Pois, os seus valores nada pode roubar.


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